22 de janeiro de 2017

First of the old times

Eu não me lembro ao certo quando comecei a ler e a escrever. 
Mas eu me lembro que todo fim de semana eu tinha uma revistinha nova da Turma da Mônica pra devorar, e que facilmente era encontrada com papel e caneta em mãos.
É, meus pais tinham um orgulho danado daquela menina quieta que se perdia em meio a um mundo fantasioso dentro do seu quarto, o que mal sabiam é que eu já estava em transe dentro daquelas páginas. 
Devaneios. 
Eu morei em Aventura, em Dramas e Romances desde então, mas nas crônicas eu aprendi a viver.
Foi ai que eu cresci, foi logo ai que eu conheci o Antônio Prata.
Eu já era adolescente, com o corpo inundados de hormônios e inconsequência clássica da idade.
Comprei uma revista da Capricho alguma vez por alguma boy band que nutri um amor platônico de uma semana, encontrei o Prata. Na última página, com letras garrafais - Estive Pensando...
Eu virei consumidora da Capricho por causa do Toninho - sim, estávamos íntimos. 
Em meados de 2007 eu tinha 14/15 anos, e Toninho era a minha companhia quinzenal. 
Foi por Toninho que eu comecei a escrever colocando sentimento na tela fria do computador. 
Por horas releio o blog que mantive todo o Ensino Médio que hoje tá em uma geladeira qualquer junto com muitos dos sentimentos que eu fui obrigada a guardar. Acontece que eu tô nostálgica pra caraleo e eu estive pensando que preciso escrever.
Eu não sei se é influência do ano de Saturno, mas a hora da verdade chegou, e depois de tanto tempo eu não sei se essa menina de 15 anos tem orgulho da que esta prestes a completar 25.
Sempre que converso com meu professor de filosofia ele reitera que só aprendemos, seja na vida, em cursos ou no trabalho através de inquietações, e olha meus amigos, meu corpo esta prestes a explodir. 
Eu não sei ao certo quando foi que me obrigaram a guardar tudo, mas eu cansei de sensatez, precaução. Tô cansada de tanta ponderação!
Eu acho que eu tô ficando velha e ainda mais louca.
Ontem eu reencontrei Toninho, com o amor que choveu, foi ai que eu me lembrei que eu não tenho mais 15 anos, e que a menina de 15 anos sabia muito mais do que essa chata de hoje. 
O amor que choveu me ensinou tanto a 10 anos atras que ao ler mais uma vez eu chovi, eu inundei, e me envergonhei por ter perdido tanta essência de quem vivia a flor da pele.
"Tomou então a decisão: iria atirar seu amor ao mar. Um polvo que se agarrasse a ele - se tem oito braços para os abraços, por que não quatro corações, para as suas paixões? Ele é que não dava conta, era só um menino, com apenas duas mãos e o maior sentimento do mundo.Foi até a beira da praia e, sem pensar duas vezes, jogou. O que o menino não sabia era que seu amor era maior do que o mar. E o amor do menino fez o oceano evaporar." Na íntegra aqui.

Me moldaram numa forma que não me cabe, eu não sou um corpo trancado e nem quero ser, não me culpo e nem quem passou por mim que me fez assim, mas é que eu sou sensível, e por hoje e por sempre não vou me fazer durona. 
Eu que sou péssima em conclusões declaro aberta mais uma sessão do circo de horrores de uma cabeça completamente mutável com uma filosofia banal de facebook: "Que me desculpem os contidos, mas eu nasci para ser intensa!" 

É que eu sou de leão e meu ascendente é câncer.   

2 comentários:

  1. E a lua é cheia de peixinhos!!!
    Continue escrevendo, se expressando, precisamos de pessoas intensas assim para nos inspirar e nos inquietar também. As inquietações nos movem!Já favoritei o endereço do seu blog <3

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    1. Obrigada pelo incentivo miga, eu lembro da época do "chazinho" hahahah
      amo vc <3

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