Eu sai pra me perder no som, pra perder o resto do controle
que essa semana mandou pro espaço, pra espairecer. Eu sai pra beber, pra sair
de mim, pra esvaziar a cabeça.
Eu não sai pra te esquecer, não sai pra te ver, não sai pra
te encontrar, eu sai pra me perder.
Não quero esquecer, quero manter no fundinho da lembrança
junto com o seu retrato que um dia disse que tava com saudade, junto com o
pouco que me lembra o seu cheiro, do seu beijo e do seu toque.
Junto com a lembrança das suas mãos, da sua barba e do meu sofá.
Já me falaram que você apareceu para eu me sentir viva de
novo, e que todo mundo tem uma hora certa de chegar e passar, será?!
Mas é que de fato você suga minha energia.
É que de fato você pode ser tudo que eu queria.
Não consigo entender como que o mundo pode girar tão rápido
assim, muito menos como você consegue exercer esse poder sobre mim.
Eu não queria mais sentir saudade, não queria mais querer te
cuidar, queria mais sua mão. Não queria mais ouvir aquela música, em cima da cama, febril e entendendo tudo que o vocalista insiste em balbuciar.
Preciso de mais um remédio pra dormir, tu fode minha
sanidade, faz isso comigo não...